quinta-feira, 27 de março de 2008

tecnologia é para ser usada








Os professores e suas ações nas aulas de produção de texto através da abordagem da pesquisa

A reflexão teórica sobre a formação de professores e sua importância na emancipação política, enquanto garantia do exercício da profissão, entende-se que se deve à prática da pesquisa e na formação docente, tornando-se relevante uma participação que pretende formar alunos e professores críticos acerca das suas realidades sociais. É Através da pesquisa que se pode ter a formação de alunos mestres e não apenas de ‘discípulos’ reprodutores e transmissores de conhecimento, afirma Demo (1997:15), onde a formação de alunos discípulos que se tende a construir é, segundo o autor, "alguém subalterno, tendente à ignorante, que comparece para escutar, tomar nota, engolir ensinamentos, fazer provas e passar de ano". Vê-se que a reflexão sobre a prática pedagógica docente é uma das tentativas para se construir uma sociedade com maior eqüidade social, levando-se em consideração o tempo que se vive no tradicionalismo do processo educacional.

As concepções tradicionais de educação que entendia o aluno como tábula rasa Demo (1997), sem nenhum conhecimento prévio sobre o assunto, a falta de pré-conhecimento a ser preenchido com um conjunto de conhecimentos testados através de provas e exames periódicos, o aluno é visto às vezes como um ser passivo e com poucas chances de aumentar o seu saber, não permitindo que esse possa ver o mundo com os próprios olhos e que possa ter discernimento crítico adquirido na escola. Entende-se que a didática tradicional tornou-se incapaz de lidar com as mudanças que a sociedade se depara e mais difícil ainda foi trazer a realidade e a necessidade da sociedade para dentro da escola, que em decorrência dessas, tivemos na década de 80, no século passado, concomitante com a crise do estudo da gramática tradicional, ações nas áreas da pesquisa em ensino da linguagem.

As abordagens relativas ao ensino da linguagem estiveram voltadas para questões do tipo: como ensinar? Quais os elementos que compõem a prática pedagógica docente no ensino de língua materna? A questão maior era como explicar e não mais observar e descrever, cujo fato não aconteceria de maneira uniforme, uma vez que ainda se tem, hoje em dia, docentes preocupados apenas com a descrição.

Nesse novo cenário que aos poucos vai se delineando é que se tem a valorização da pesquisa no ensino ligada à prática pedagógica do ensino de língua materna, pois se acredita que o repensar de nossas ações, leva-nos diretamente à pesquisa dessa prática, cujo esquema pode contribuir para uma melhora efetiva do ensino de língua materna na escola. O problema decorre de que o esquema de prática pedagógica, pesquisa e novamente prática, porém transformada, esbarra numa situação bastante séria que é o incentivo à pesquisa que pode melhorar a qualidade intelectual do professor.

A melhor maneira para que o professor alcance qualidade intelectual de se desenvolver e as suas atividades, essa é a pesquisa. “Não é ato isolado, intermitente, especial, mas atitude processual de investigação diante do desconhecido e dos limites que a natureza e sociedade nos impõem" (DEMO, 1977). A pesquisa deve ser entendida como meio de se obter uma capacidade de elaboração própria, que deve estar presente na atitude diária do professor e a pesquisa possa ser entendida como sendo um diálogo inteligente com a realidade, vendo-a como um comportamento e ferramenta cotidianos do professor.

A posição de um professor atuante e inovador não permitem que esse professor seja um mero ministrador de aulas, mas exige dele constante atualização e uma atuação coerente com a sua realidade. Dentre os mais diversos itens que se poderia estar aqui enumerando, compreendo que a pesquisa se torna importante nesta formação por começar a incentivar os futuros professores a estarem pesquisando sobre os problemas que enfrentam em sala de aula, como indisciplina, métodos de avaliação, dentre outros, por contribuir com o entendimento acerca da realidade, tanto do aluno como do professor e por promover uma emancipação intelectual e política tanto do professor quanto do aluno, entendendo-se essa emancipação como meio de recuperar o espaço próprio que outros usurparam. Para que o professor possa emancipar seu aluno é necessário que antes ele procure se emancipar, motivando os alunos a uma forma mais eficaz na produção de texto, que se passa a discutir a partir de então.